24 de julho de 2006

Ir à terra outra vez



É uma pena que os nossos olhos se habituem à paisagem sem a ver. Como é que hei-de explicar isto? A paisagem é da minha terra (da minha mãe, mais precisamente) e eu reconheço-lhe a beleza, uma das razões porque gosto tanto de lá ir. Mas a verdadeira beleza... Bom, aqui foi o Paulo que a captou. É como mostrar as coisas pela primeira vez. Nunca tinha reparado como este "quadro" é bucólico. Passo à frente desta casa sempre que lá vou e desta vez disse qualquer coisa como: "Esta é a verdadeira Mata" (Mata de Palhacana, o nome da terra). E disse-o em virtude de haver poucas casas de pé do tempo em que jogava à bola na estrada aqui em frente, lamaçenta há 20 anos. E pimba! O Paulo fez a foto.

Ao lado fica a casa da "Ti Bea", que terei de fotografar na próxima visita. Quando a bola entrava no quintal dela, saía da porta, baixinha, de lenço preto na cabeça, com o seu olho de vidro e de faca em punho para a furar. Hoje, recordar isto dá-me vontade de rir, coitada, mas com 8 anos tinha um medo dela que me pelava!

Agora há outros putos a jogar à bola, mas já não está lá a "Ti Bea" e nesta casa já não mora ninguém. Mas ainda é bom abancar aqui no muro à sombra e ainda bem que os putos ainda jogam à bola.